Artigo recente do site urbansketchers trata de um outra
forma de perspectiva.
Qual seria?
Segue tradução do texto de Fred Lynch, da
cidade de Boston - EUA.
A Outra Perspectiva
Muitos de nós sabemos que desenhar
"em perspectiva" é criar a ilusão de retroceder no espaço no papel.
Encontrando a linha do horizonte e o ponto de fuga ajuda ao artista a entender
e mostrar como as coisas se alinham sistematicamente em relação ao nível dos
nossos olhos. Isto se chama perspectiva linear. Ela pode ser uma ferramenta
muito útil ou um verdadeiro quebra cabeças para um artista que encara uma cena
e tem que reconstruí-la no papel. O desenvolvimento do desenho em perspectiva
provavelmente foi um dos maiores avanços que o período renascentista nos legou.
fonte: http://www.urbansketchers.org/2015/05/the-other-perspective.html
O que poucas pessoas consideram é que há outra
forma de realizar a perspectiva e que contribui para a gerar a ilusão de espaço.
Ela é a perspectiva atmosférica – para
alguns a perspectiva aérea (não seria neste caso a perspectiva de três pontos –
nota do tradutor).
Usar a perspectiva atmosférica significa
reduzir o foco ou contraste das coisas que estiverem a certa distância
sugerindo assim a noção de espaço. Se ficarmos de pé e em frente a um morro,
poderemos notar que os elementos de acordo com que vão ficando distantes são
afetados pela atmosfera que nos envolve. Assim, também, se colocarmos um papel
translúcido sobre nossa frente iremos percebe a perda de detalhes e a detecção
de formas difusas. As cores também são afetadas em função do efeito atmosférico
– tudo é tingido de azul fosco.
Recentemente, conheci dois trabalhos que
foram feitos respectivamente, por volta de 1.800 d.c., por dois incríveis artistas
– John Warwick Smith and Francis Towne. Ambos britânicos, porém morando
e pintando na Itália.
Francis Towne
fonte: http://www.urbansketchers.org/2015/05/the-other-perspective.html
John Warwick Smith
fonte: http://www.urbansketchers.org/2015/05/the-other-perspective.html
Comparando trabalhos como estes são
interessantes, pois nos fazem lembrar que produzir arte é fazer escolhas (assim
como realizar um desenho – nota do tradutor). Dois artistas juntos optaram por
desenhos ou pinturas totalmente diferentes. Mesmo dividindo o mesmo ponto de
vista sobre a paisagem. O pintor Smith
neste caso estava mais interessando em representar os primeiros planos e
destacar elementos das ruínas históricas – coisa que Towne ignora
completamente.
Smith usa os efeitos da atmosfera –
perspectiva atmosférica – na sua figura para focar mais a cidade ao fundo do
que nos detalhes dos primeiros planos. Francis Towne considera muito mais
detalhes a partir de sua visão e o faz de forma equilibrada. Para ele as
diferenças de primeiro plano e fundo são sutis. Ele optou por tratar do maior
número de elementos de modo equilibrado e quis passar isso para o observador.
Ele considera tudo importante no desenho.
Então....qual desenho é o mais correto?
Ambos estão corretos.
Pois neste caso, o mais importante na perspectiva é a vista do artista e
sua opção pelo que será representado. Todas as escolhas do artista respeitam
isto.Exemplo de perspectiva atmosférica:
fonte: http://www.amopintar.com/perspectiva-atmosferica/
Achenbach,_Oswald_-_View_of_Florence_witk_look_at_the_cathedral_(1883)
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